Em 2012, a estrela de Cuca está brilhando. Porém, até quando?

Cuca está longe de ser uma unanimidade no futebol brasileiro. Muito longe. Há os que o desprezam e os que o valorizam. Eu estou nesse segundo grupo. Quando tem tempo e o mínimo de confiança da diretoria, ele consegue montar boas equipes como o Cruzeiro do primeiro semestre de 2011 e o Botafogo da primeira parte do Brasileiro de 2007.

No Atlético, Cuca tem a confiança da diretoria e está retribuindo com os 100% de aproveitamento no Campeonato Mineiro. 5 jogos e 5 vitórias. Mesmo em uma competição com um nível tão baixo, é algo para ser valorizado. Se os adversários são fracos, a culpa não é dele. 

Cuca está grato à diretoria atleticana que confiou no seu trabalho mesmo após o vexame da última rodada do Brasileirão de 2011. Sabe que tem que agarrar essa oportunidade e calar a mídia esportiva que tanto o critica.

Hoje, graças a sua ousadia, conseguiu mudar completamente o jogo na Arena do Jacaré. Com o Atlético com um jogador a mais, jogou o time todo para frente. Tirou Richarlyson e colocou Guilherme. Foi com tudo pra cima do América. Uma substituição ousada de quem quer a vitória. Com quatro atacantes em campo o Atlético virou o jogo. Poderia ser suicídio. Poderia. Mas valeu o risco. A derrota, obviamente, não interessava e o empate também não. Foi homem suficiente para arriscar e foi merecidamente recompensado com a virada sobre o Coelho, vencendo o jogo por 2 a 1.

Em 2012 até agora a estrela de Cuca está brilhando. A pergunta é: até quando? Volte ao primeiro parágrafo deste post e veja os times dele que destaquei. Ambos só duraram até a metade do ano. O grande defeito do Cuca é não saber administrar crises. Se alguma coisa de errado acontece, tudo vai por água abaixo rapidamente, ele se desestabiliza, perde a confiança e tenta fugir dos problemas. 

No Cruzeiro, fez a Raposa jogar maravilhosamente bem. Porém, quando chegou as oitavas de final da Libertadores e o time precisou de forças na derrota, Cuca se descontrolou e deu uma cotovelada em Renteria.

Após esse episódio, criticou seus jogadores publicamente e perdeu o respeito deles. A equipe começou a boicotá-lo e após 5 jogos sem vitórias no Brasileiro foi demitido. No Botafogo, história semelhante e até mais trágica. Montou um time que jogava como música. Liderou o campeonato de 2007 por 12 rodadas. No 18º jogo da competição, enfrentou o São Paulo no Maracanã em um jogo que era considerado uma final antecipada. O Botafogo aquele dia perdeu por 2 a 0 e tudo começou a desabar. Cuca não segurou a pressão. Algum tempo depois, enfrentou o River Plate pela Sulamericana. Com dois jogadores a mais, ganhava o confronto por 2 X 1. No entanto, o time argentino virou para a 4 X 2 e eliminou o clube carioca. 

O céu e o inferno estão muito próximos para Cuca. Ou ele conserta isso de uma vez por todas, aprende a lidar com seus clubes em momentos de crise ou será uma eterna promessa.