sábado, 7 de abril de 2012

Análise tática (detalhada) do clássico mineiro

Nas vésperas de clássicos em Minas Gerais o que mais se comenta é a provocação de um dirigente, a contusão de um jogador ou a escalação do trio de arbitragem. No entanto, o assunto mais comentado desse confronto do final de semana entre Cruzeiro e Atlético-MG são as formações táticas e as escalações dos times. 

No Cruzeiro, Vágner Mancini vem utilizando o esquema 4-3-3 desde o jogo contra o Villa Nova, após a contusão de Roger. Desde então, o time celeste marcou 11 gols. Uma média de 2,75 gols por jogo. Bom não é? Depende. Desses 11 gols, 64% foram feitos no segundo tempo.

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Com o 4-3-3, o Cruzeiro não vem jogando nada no primeiro tempo dos jogos porque esse esquema de Vágner Mancini é cego e nada efetivo. Com esse sistema de jogo, os atacantes da raposa, na maioria das vezes, recebem a bola de costas para a zaga adversária, o que impossibilita uma troca de passes rápida e de qualidade. Com os laterais presos e somente Montillo no meio de campo encarregado de criar as jogadas, fica fácil de marcar o time cruzeirense. Esse esquema só vem dando certo porque o Cruzeiro está enfrentando adversário fracos, que por diversas vezes tiveram oportunidades de definir os jogos ainda no primeiro tempo. Na etapa final esses adversários cansam e o Cruzeiro consegue fazer os resultados. Só por isso a Raposa vem ganhando tanto. O time tem qualidade sim, mas com esse esquema fica altamente previsível.

Se a Raposa entrar com esse esquema, o Atlético Mineiro pode ter extrema facilidade de marcar o time celeste e definir o clássico ainda no primeiro tempo. Se o Galo não abrir uma boa vantagem de gols até o intervalo, o Cruzeiro terá peças no banco que podem mudar o rumo do jogo, como Walter e Elber. Aí, como nos últimos jogos, o esquema pode dar certo.

Se Vágner Mancini optar pelo 4-4-2 o time ganha na qualidade das armações das jogadas, tempo de posse de bola e a experiência de Roger. Além disso, os laterais não ficam tão presos e tem mais liberdade para atacar. Assim, Marcos, que já é o jogador do Cruzeiro com mais assistências da temporada (4 passes para gols), pode contribuir mais no ataque e deixar seus companheiros em boas condições de marcas.

O esquema no 4-4-2 que seria o ideal para o Cruzeiro é esse primeiro. Porém, Vágner Mancini treinou com Anselmo Ramon e Wellington Paulista como titulares como mostra a segunda imagem. 

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Claro, isso tudo que falamos é na teoria e nas observações dos últimos jogos. O Cruzeiro pode entrar no 4-3-3 e ter uma atuação brilhante dos seus atacantes e vencer o jogo.

Atlético

Já no Atlético, o esquema tático não é a principal dúvida de Cuca e sim a escalação dos jogadores. De confirmados somente o goleiro Renan Ribeiro, a zaga com Réver e Rafael Marques, a dupla de volantes com Pierre e Leandro Donizete e de atacantes com Guilherme e André.

Verdade seja dita, o Atlético tem 100% de aproveitamento, mas não convenceu nem o mais otimista dos torcedores. Nos jogos mais complicados, venceu em 4 oportunidades de virada na base do abafa, esquecendo completamente o esquema tático. Isso, como o caso do Cruzeiro, só tem dado certo porque o Galo só enfrentou adversários inferiores.

A dúvida de Cuca se inicia nas laterais. Carlos Cesar começou o ano como titular, mas, em decorrência de uma contusão no primeiro jogo, se afastou durante 7 rodadas cedendo espaço para Marcos Rocha. No último jogo Carlos Cesar foi o titular, mas para domingo o treinador não confirmou quem joga. Na lateral esquerda Richarlyson foi titular por 7 rodadas, mas vem desagradando o torcedor. Cuca testou Triguinho e Eron no penúltimo e último jogo do Galo respectivamente, mas ambos também não agradaram.

No meio de campo, Pierre deve seguir cada passo de Montillo no campo. Leandro Donizete, que chegou no Atlético esse ano e jogou todos os jogos como titular, será mantido.

A grande dúvida que pode realmente mudar a história do jogo começa nas próximas posições. O treinador pode optar por Serginho, como no último jogo, deixando 3 jogadores de contensão no meio de campo,  o que daria total liberdade a Danilinho, Guilherme e André. Felippe Soutto também é outra possibilidade para manter as mesmas características. Em ambos os casos, Danilinho seria o principal encarregado de criar as jogadas. Como todos sabemos, o jogador não enfrenta uma boa fase e essa decisão seria um tanto quanto arriscada. André e Guilherme formam uma boa dupla, mas se a bola não chegar com qualidade ao ataque, não há nada que eles possam fazer. Guilherme pode sair um pouco mais da área e contribuir com a formação das jogadas, como ele fez no último jogo dando uma assistência primorosa para Mancini. Mas para isso depende do tamanho da preguiça do jogador no jogo. Se estiver alta, também não é uma boa contar com Guilherme.

Cuca também conta com a volta de Bernard que ficou cerca de dois meses parado e que poderia dar mais velocidade ao time. Mas como o jogador ficou tanto tempo fora, acho difícil escalá-lo. E a outra possibilidade de Cuca é entrar com Mancini ou Escudero completando o meio de campo com Danilinho. Com essa opção, o Atlético ganha na qualidade do passe e principalmente não fica tão dependente de Danilinho e Guilherme. Além disso, Cuca tem a opção de entrar com Neto Berola no lugar de Danilinho, mas o treinador não deve abrir mão do seu velocista para entrar no segundo tempo.

Quem vai vencer o clássico ninguém pode prever. A única certeza mesmo é que será um grande jogo!

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